Apocalipse - Cap. 20: Capítulo 20 Pág. 158 / 180

Ora, no Apocalipse é muito forte este elemento supersticioso situado na fronteira da magia e do ocultismo. A Revelação de João é um livro de magias, teremos de admiti-lo. Está cheio de sugestões destinadas a utilizações ocultistas, e através dos tempos foi usado com propósitos ocultistas, em especial de adivinhação e profecia. Presta-se para isso. Mais ainda: a segunda metade do livro, principalmente, foi escrita com um espírito de sinistra profecia bem semelhante ao da linguagem mágica dos ocultistas desse tempo. Reflecte o espírito da época, tal corno o Burro de Ouro reflecte o espírito, não muito diferente, de cem anos mais tarde.

Deste modo, o número sete quase deixa de ser o número divino para ser o número mágico do Apocalipse. À medida que o livro avança, o antigo elemento divino vai desaparecendo aos poucos e dando lugar ao «moderno», do século I, contaminado por magia, previsão e práticas ocultistas. Sete passa a ser mais o número da adivinhação e da invocação mágica, do que da verdadeira visão.

Daqui o famoso «tempo, tempos e metade de um tempo» que quer dizer três anos e meio. Vem de Daniel, onde já começa a semi-ocultista história que é profetizar a queda de impérios.





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