Apocalipse - Cap. 23: Capítulo 23 Pág. 166 / 180

Como é natural, através dos séculos o Apocalipse seduziu os homens enquanto obra «alegórica». Cada coisa «significa algo», e algo moral. Podemos dar-lhes significados precisos - tão definidos como dois e dois serem quatro.

A besta que saiu do mar significa o Império Romano - e Nero, mais tarde, o número 666. A besta que saiu da terra significa o poder sacerdotal pagão, o poder dos padres que tornava divinos os imperadores e até fazia com que os cristãos os «adorassem». Porque a besta que saiu da terra tinha dois cornos como um cordeiro, de facto um falso Cordeiro, um Anticristo, e ensinava os seus perversos seguidores a fazerem maravilhosas coisas, até milagres - bruxarias, como a Simão Mago e aos outros.

Temos, pois, a Igreja de Cristo - ou do Messias - a ser martirizada pela besta até os bons cristãos sofrerem uma razoável dose de martírio. Depois, passado um período de tempo não muito longo - digamos que quarenta anos - o Messias acaba por descer do céu e guerrear a besta - o Império Romano e os reis que lhe estão ligados. Dá-se a grande queda de Roma, chamada Babilónia, e o grande triunfo que segue a derrocada posto que o mais poético seja continuamente roubado a Jeremias, ou Ezequiel, ou Isaías, e nunca original. Os santos cristãos regozijam-se com a queda de Roma; e depois aparece o Cavaleiro Vitorioso com a camisa ensanguentada pelo sangue dos reis mortos.





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