Apocalipse - Cap. 24: Capítulo 24 Pág. 179 / 180

Saibam o que souberem os por-nascer e os mortos, não podem conhecer a beleza, a maravilha que é estarmos vivos na nossa carne. Os mortos podem cuidar do «após». Porém, o magnífico «aqui e agora» da vida em estado de carne é nosso, nosso e de mais ninguém, e só nosso durante um certo tempo. Devíamos dançar em êxtase por estarmos vivos e em estado de carne, por fazermos parte do vivo e encarnado cosmo. Eu faço parte do sol, tal como os meus olhos fazem parte de mim. Que faço parte da terra, sabem-no perfeitamente os meus pés; e o meu sangue faz parte do mar. A minha alma sabe que faço parte da raça humana, que a minha alma é uma parte orgânica da grande alma humana, tal como o meu espírito faz parte da minha nação. No meu próprio e verdadeiro eu, faço parte da minha família. Exceptuada a mente, nada em mim há que seja solitário e absoluto, e havemos de descobrir que a mente por si só não existe, que não passa de um cintilar de sol na superfície das águas.

Por isso o meu individualismo é, realmente, uma ilusão. Faço parte do grande todo e nunca poderei escapar-lhe. Posso, porém, negar as minhas ligações, quebrá-las e transformar-me num fragmento. Desgraçar-me-ei, então.





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