Apocalipse - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 40 / 180

Em nós está porém quebrada essa ligação, morreram os centros por ela responsáveis. O nosso sol é uma coisa muito diferente do sol cósmico dos antigos, muito mais trivial. Podemos ver aquilo a que chamamos Rol, mas perdemos para sempre o Hélio e mais ainda a grande orbe dos Caldeus. Perdemos o cosmo porque nos desapareceu a ligação que se responsabilizava por ele, constituindo isto a maior das nossas tragédias. O que é o nosso amor mesquinho à natureza

- Natureza!! - se comparado com a antiga e magnífica convivência com o cosmo, e com o facto de sermos honrados pelo cosmo?

Algumas das grandes imagens do Apocalipse agitam em nós profundezas estranhas e uma estranha e selvagem vibração de liberdade: de uma liberdade verdadeira, de facto, que é fuga para um lugar qualquer e não fuga para lugar nenhum. Uma fuga para fora da gaiola acanhada do nosso universo; acanhada, apesar de toda a vasta e inconcebível extensão do espaço astronómico; acanhada por não passar de uma extensão contínua, de um monótono seguir sempre em frente, sem nenhum significado: uma fuga de este «dentro» até ao cosmo vital, até um sol que é dotado de uma grande vida selvagem, que desce sobre nós o seu olhar para nos fortalecer ou fulminar quando segue, maravilhoso, o seu caminho.





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