Em João de Patmos faltam as «rodas». Desde há muito tinham sido substituídas pelas esferas celestes. O Todo-Poderoso, porém, ainda mais claramente é uma maravilha cósmica cor de âmbar como o fogo do céu, o grande Criador e o grande Governador dos céus estrelados, o Demiurgo e o Kosmokrator, aquele que faz os céus rodar. É uma grande figura real, o grande deus dinâmico que não é espiritual nem moral, mas cósmico e vital.
Naturalmente ou não, os críticos ortodoxos negam-no. O arcediago Charles admite que as sete estrelas na mão direita do «Filho do Homem» são as estrelas da Ursa a girar à volta do Pólo, e que é uma coisa babilónica, afirmando a seguir que «o nosso autor, porém, nada disto teria em mente».
Claro está que os excelentes clérigos dos nossos dias sabem, de forma exacta, aquilo que «o nosso autor» tinha em mente. Como João de Patmos é um santo cristão, não podia ter em mente nenhuma idolatria.