A Ilha Misteriosa - Cap. 15: CAPÍTULO IV Pág. 89 / 186

O repórter, que seguia um pouco à frente, foi atraído pelo cheiro de uma planta de caule direito e ramoso, com flores dispostas em cachos e pequenas sementes.

Arrancou dois dos ditos caules e voltou para junto do rapaz:

- Vê lá o que será isto, Harbert.

- Onde encontrou esta planta, senhor Spilett?

- Ali adiante, numa clareira... E há lá muitas.

- Pois desde já lhe digo que o Pencroff vai ficar radiante! Isto é tabaco! O repórter e o companheiro fizeram uma boa provisão de folhas e voltaram para casa, combinando nada dizer ao marinheiro.

A preparação do tabaco ia levar quase dois meses e, nessa altura, surpreenderiam o companheiro com um cachimbo bem cheio!

- E, nesse dia, o nosso estimado amigo já não terá mais nada a desejar neste mundo! - concluiu o repórter.

Os meses de Abril e Maio decorreram sem outros acontecimentos dignos de nota a não ser o de ter dado à costa uma baleia enorme, que não devia pesar menos do que setenta toneladas! O monstruoso mamífero fora morto por um arpão, que se encontrava ainda cravado no flanco direito. Imagine-se agora a emoção de Pencroff, quando, tendo arrancado o arpão, leu nele a seguinte inscrição: Maria-Stella Vineyard

- Um navio de Vineyard! Um navio da minha terra! - exclamou ele. - O Maria-Stella! Um belo baleeiro, digo-vos eu que o conheço bem... Ah! meus amigos, um baleeiro de Vineyard!

E o marinheiro brandia no ar o arpão, sem cessar de repetir o nome da sua terra natal! ' Vineyard: cidnde portuciria do estado de Nova Yorque (Estados Unidos).

- Então haverá baleeiros por estas paragens? - perguntou Spilett.

- Oh! isto não quer dizer nada, senhor Spilett! Já se viu muitas baleias arpoadas no Atlântico Norte fazerem milhares e milhares de milhas, e acabarem por vir morrer ao Pacífico Sul.





Os capítulos deste livro