– E agora, já que temos também um atlas, se víssemos onde é que ela fica exactamente? - sugeriu Spilett.
Harbert foi buscar o atlas e desdobrou o mapa do oceano Pacífico. De compasso na mão, o engenheiro não demorou a situar as coordenadas geográficas da ilha. De repente, exclamou:
- Mas já existe aqui uma ilha nesta parte do Pacífico!
- Deve ser a nossa! - disse Gedeão Spilett.
- Não é, não! Esta aqui encontra-se a 153" de longitude por 37" de latitude, isto é, a quase três graus para oeste e outros três para sul da ilha Lincoln.
- E que ilha é essa, senhor Smith? - perguntou Harbert.
- Chama-se ilha Tabor e é muito pequena... Apenas mais uma ilhota perdida no Pacífico, onde talvez nunca ninguém tenha desembarcado!
- Pois vamos nós até lá! - disse Pencroff.
- Nós? - perguntou o engenheiro.
- Sim, senhor Cyrus. Constrói-se um barco de coberta, que eu me encarrego de o dirigir!
E assim ficou decidida a construção de um barco apropriado para navegação ao largo, de modo a demandarem a ilha Tabor lá para Outubro, quando voltasse a estação do bom tempo. O plano do marinheiro, apoiado pelo engenheiro, era o seguinte: o barco devia medir uns doze metros de quilha e quatro de bojo, levar coberta e escotilhas, e, finalmente, vela armada em chalupa, muito fácil de manobrar. A madeira escolhida foi a de abeto e logo se procedeu ao abate das árvores, depois serradas em tabuões e pranchas. Oito dias depois, já mestre Pencroff, ex-carpinteiro naval de Brooklyn, trabalhava com afinco num estaleiro montado entre as Chaminés e a muralha de granito.
Enquanto isso, Spilett e Harbert prosseguiam com as suas expedições de caça. Um dia em que se tinham aventurado bastante para o interior das florestas ocidentais, fizeram uma descoberta preciosa.