O Ingénuo - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 24 / 91

Quanto a mim, não sei o que é subdiácono, nem o que quer dizer resignar; mas tudo me ficará bem, desde que tenha a senhorita de St. Yves à minha disposição.

- Meu Deus, meu sobrinho! Que me dizes? Amas então loucamente a essa linda senhorita?

- Sim, meu tio.

- Ai, meu sobrinho! É impossível casares com ela.

- Nada é mais possível, meu tio; pois ela, ao partir, não só me apertou a mão significativamente, como prometeu que me pediria em casamento; e sem dúvida nenhuma a desposarei.

- Impossível, te digo eu; ela é tua madrinha; e é um terrível pecado para uma madrinha apertar assim a mão do afilhado; não é permitido casar com a própria madrinha; a isto se opõem as leis divinas e as leis humanas.

- Hom'essa, meu tio! Deixe de brincadeira: por que há de ser proibido casar com a madrinha, quando ela é moça e bonita? Não vi no livro que o senhor me deu que não ficasse bem desposar as moças que ajudam a gente a ser batizado. Todos os dias descubro que fazem aqui uma infinidade de coisas que não estão no seu livro, e que nada fazem de tudo o que ele diz. Confesso-lhe que isso me espanta e aborrece. Se me privarem da bela St. Yves, sob pretexto de batismo, fique o senhor avisado de que a tiro de casa e me desbatiso.

O prior ficou confuso; a irmã pôs-se a chorar.

- Meu caro irmão - disse ela, - o nosso sobrinho não deve perder a alma; o nosso Santo Padre lhe poderá conceder dispensa, e então ele poderá ser cristãmente feliz com aquela a quem ama.

O Ingénuo beijou a tia.

- Quem é esse amável homem - disse ele ,- que favorece tão bondosamente os amores dos jovens? Quero ir falar-lhe imediatamente.





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