Na verdade, temos de ir a Paris. Se ele está escondido nalguma dessas casas alegres de que tanto me falaram, de lá o tiraremos.
O prior comoveu-se com as palavras da irmã. Foi falar com o bispo de Saint-Malo, que batizara o hurão, e pediu-lhe proteção e conselho. O prelado aprovou a viagem. Deu-lhe cartas de recomendação para o padre de La Chaise, confessor do rei, que era a mais alta dignidade do reino, para o arcebispo de Paris, Harlay, e para o bispo de Meaux, Bossuet.
Afinal os dois irmãos partiram; mas, chegados em Paris, viram-se perdidos como num vasto labirinto. Suas posses eram medíocres; todos os dias necessitavam de carros para sair à descoberta, e não descobriam coisa alguma.
O prior foi apresentar-se ao reverendo padre de La Chaise: achava-se este com a senhorita Du Thron, e não podia dar audiência a priores. Foi bater à porta do arcebispo; achava-se este encerrado com a bela senhora le Lesdiguières, tratando de assuntos da Igreja. Correu à casa de campo do bispo de Meaux: este examinava, com a senhorita de Mauléon, o amor místico da senhora Guyon.
No entanto, chegou a fazer-se ouvir pelos dois últimos prelados, que lhe declararam nada poderem fazer pelo seu sobrinho, visto não ser este subdiácono.
Até que conseguiu avistar-se com o jesuíta: este o recebeu de braços abertos, protestando que sempre lhe dedicara particular estima, embora jamais o tivesse visto. Jurou que a Sociedade dos Jesuítas sempre fora muito ligada aos bretões.