Seu companheiro não o contradisse. A ausência sempre aumenta o amor que não é satisfeito, e a filosofia não o diminui. Seguidamente falava ele da sua querida St. Yves, tanto quanto de moral e metafísica. Quanto mais se depuravam seus sentimentos, mais ele amava. Leu alguns novos romances; poucos achou que lhe pintassem o seu estado d'alma. Sentia que o seu coração ia sempre além do que lia. "Ah! - dizia ele. - Quase todos esses autores apenas têm espírito e arte."
E o bom do padre jansenista insensivelmente se ia tornando confidente do seu amor. Antes, só conhecia o amor como um pecado de que a gente se acusa em confissão. Aprendeu a conhecê-lo como um sentimento tão nobre quão delicado, que pode elevar a alma tanto quanto enlanguescê-la e que, algumas vezes, até produz virtudes.
Enfim, para derradeiro prodígio, um hurão convertia um jansenista.