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Capítulo 12: CAPÍTULO XI

Página 111
Miguel em Portugal?

- Eu, senhor, eu! - respondeu o padre, batendo na arca do peito com as mãos ambas. - eu!

O veríssimo folheava o punhal dos corcundas, e parecia não perceber a veemência do padre.

- Bons desejos, bons desejos do caro abade..

- E de quase toda a nação portuguesa, senhor! D. Miguel I nunca deixou de reinar nos corações do seu povo. Eu tenho na minha alma o retrato dele desde que o vi há treze anos em braga e lhe beijei as suas reais mãos! - escandecia-se o entusiasmo, punha as mãos, chamejavam-lhe nos olhos reflexos do fogo interno; e o veríssimo continuava a folhear o punhal dos corcundas.

- Então viu-o, abade?

- Sim, meu senhor, vi-o com estes olhos, toquei-lhe com estas mãos.

- Ainda se recorda das suas feições?

- Perfeitamente.

- Ah! Se o visse hoje, decerto o não conhecia... Está muito acabado.

- Conhecia, conhecia..

O abade sentiu um raio de dramatização que o vibrou todo. Eriçaram-se-lhe os cabelos, e coou-lhe pela espinha uma faísca elétrica. Fez um passo atrás, e quando o veríssimo repetiu: “era impossível conhecê-lo”, o padre pôs um joelho em terra, estendeu o braço direito, e com o dedo indicador em riste, exclamou:

- Ei-lo! Ei-lo!

- O abade! O senhor está alucinado! Por quem é, levante-se! Eu não sou quem pensa!

- Estou como devo estar diante do meu rei! - teimou o abade, com os dois joelhos no sobrado.

- Levante-se que vem gente! - dizia o outro, ouvindo passos na escada.

Era o nunes.

- Entre, amigo! - disse o abade, respondendo ao vizinho que pedia licença.

Torcato encontrou o abade de joelhos e o veríssimo esforçando-se por levantá-lo.

- Ajoelhe ao meu lado, nunes! Que eu estou aos pés de el-rei! - exclamou o padre.

E o outro, ajoelhando:

- Eu já o sabia, real senhor!

Foi assim que se inaugurou a corte de D.

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pág. 111 (Capítulo 12)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 111

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196