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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII

Página 122

O José não necessitava pedi-la ao pai na incerteza de uma recusa. Disse-lhe que ela havia de ser a sua esposa: a criança contou ao pai as palavras do amado e o Simeão:

- Ora venha de lá esse abraço, amigo e sê zé! - e apertou o futuro genro com a ternura de pai que arranja a sua filha como se quer.

Mas os pais do estudante já tinham dito ao rapaz que mudasse de rumo, que a jovem de Prazins não era forma do seu pé. A mãe, principalmente, protestava que, enquanto ela fosse viva, a tal filha da Genoveva de Prazins não havia de ser sua nora, nem que a levasse o diabo, e deus lhe perdoasse, se pecava. Justificava se dizendo que a marta era de ruim casta; que a mãe, a Genoveva, dera desgostos ao homem, pintava a manta nas romarias, andara muito falada com um frade de santo tirso, e um dia pegara a dar gritos na igreja; toda a gente disse que ela tinha o demónio no corpo, e afinal morrera doida, atirando-se ao rio ave.

E constava-lhe que o avô dela também não era escorreito, e quando já tinha sessenta anos mandara fazer uma sobrepeliz, abrira coroa, e onde houvesse um defunto lá ia com um ripanço à igreja e punha-se a cantar como os padres. A tia maria de Vilalva tinha inconsciente mente este horror moderno, científico da hereditariedade mas o que mais a impulsionava na sua resistência aos rogos do filho era ter sido má mulher e mãe de marta de má árvore, ruim fruto - era toda a sua filosofia, que se encontra diluída modernamente nas explorações fisiopsicológicas de Janet, de Maudsley e no determinismo.

O Joaquim de Vilalva, muito instado pelo filho e pelo padre Osório, o de Caldelas, prometia fazer o que a sua companheira fizesse; mas dizia-lhe a ela em particular:

- Tu aguenta-te, maria; nunca digas que sim, ouviste?

E ela:

- Deixa-me cá, homem! Vêm barrados.

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pág. 122 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 122

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196