Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: CAPÍTULO XIV

Página 131

O Zeferino das lamelas, às primeiras comoções do vulcão popular, nos arredores de Guimarães, preparou-se; e assim que ouviu repicar a rebate em Ronfe, cheio de ciúmes como o sineiro de Notre Dame, agarrou-se à corda do sino, reuniu no adro os jornaleiros e vadios de três freguesias, e pegou a dar morras aos Cabrais com aplauso universal. Depois, explicou o que era o cadastro, confundindo este expediente estatístico com canastro: - que os Cabrais e os seus empregados andavam a tomar as terras a rol para empenharem Portugal à Inglaterra; que esses réis estavam nos cartórios das administrações e em casa dos regedores; que era preciso queimar as papeletas e matar os cabralistas.

Em seguida, invadiram a administração de santo tirso, quebraram as vidraças dos cartistas fugitivos e queimaram os impressos e quantos papéis acharam, no campo da feira. Depois, abalaram para Famalicão. Zeferino nomeara-se chefe da gentalha embriagada nas adegas arrombadas dos cabralistas, e alvitrou que se prendessem os regedores que topassem. Dizia que o Joaquim de Vilalva, nas eleições do ano anterior, muito socadas, cascara no povo e mais os cabos, na assembleia de landim, cacetada brava. A bebedeira dos ouvintes dera à pérfida aleivosia do pedreiro vingativo o valor de facto histórico. O plano de Zeferino era abrir oportunidade a que José dias fosse assassinado ou, pelo menos, preso e degredado como cabralista.

Vilalva ficava-lhes a jeito, no caminho de Famalicão. O amante de marta ouvira grande alarido e vira ao longe a multidão que galgava um outeiro turbulentamente. Via-se desfraldado no ar, em oscilações largas, o pano escarlate de uma bandeira: era um pedaço do velho estandarte que servia nas procissões de santa maria de abade. José pediu ao pai que fugisse.

<< Página Anterior

pág. 131 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 131

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196