A pequena já não queria ir à mesa, metia-se na cama e fingia-se doente para não encontrar o tio Feliciano.
José dias e o pai permaneciam em braga, porque em diferentes pontos da província continuavam as agitações miguelistas; o novo ministério não tinha força, e o Zeferino das lamelas nunca depusera as armas. Os serezinos faziam excursões e batiam os realistas ou prendiam os agitadores. José dias, numa dessas surtidas a vila verde, a pé e com pouca saúde, ganhara uma bronquite que o teve de cama largo tempo. Quando se levantou, numa aparente convalescença, a tísica tuberculosa recrudescia pessimamente caracterizada. O padre Osório fora visitá-lo, ouvira o médico e sabia que o seu amigo estava perdido. Falou ao pai, em particular, no estado do filho. Lembrou-lhe a sua promessa de consentir no casamento com a pobre marta, que se perdera confiada nos compromissos do José. O lavrador mostrou não perceber a conveniência de marta em casar, se o seu filho tinha de morrer cedo. - que a viúva, dizia, nada ganhava com isso, porque os herdeiros de José eram seus pais. Não compreendeu a questão por outra face. Mas, apertado pela palavra que dera, repetiu que ele pela sua parte concedia a licença, se a mãe a desse; e justificava-se deste respeito à mulher, alegando que a casa de Vilalva era toda da sua companheira, e o que ele levara para o casal não valia dois caracóis.
- Enfim - concluía - se o rapaz arrijar, casa querendo a mãe; mas, enquanto ele assim estiver, faça favor de lhe não falar na rapariga... Bem lhe basta o seu mal... E um homem que está doente deveras não deve pensar em mulheres, é na salvação da sua alma. Eu penso assim, amigo padre Osório.
- O vigário aprende o padre-nosso - dizia o de Caldelas.
Entretanto, o doente, muito animado, não sentia aqueles desalentos e presságios de morte que meses antes o afligiam.