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Capítulo 16: CAPÍTULO XV

Página 142
mesa, onde faiscavam os cristais dos licores, avultavam, cintilando os metais das suas fardas, o quartel-mestre-general Vitorino tavares, de fagilde, José maria de abreu, ajudante-de-ordens, o morgado de pé de moura, o Cerveira lobo e o sebastião de castro, do covo, comandante do batalhão de voluntários realistas de oliveira de azeméis, que arredondava 42 praças, e o seu irmão António Carlos de castro, ajudante-de-ordens do general - dois homens gentilmente valorosos; - o coronel abreu freire, morgado de avança, e o bandeira de Estarreja que é hoje padre.

A noite era de 27 de Dezembro de 1846, muito fria. Bebia-se forte. A garrafeira da casa do arco era um calorífico. O Macdonell, muito rubro, naquela bebedeira crónica que lhe assistiu na vida e na morte, esmoía a ceia passeando num vasto salão, de braço dado com uma formosa senhora da casa, D. Emília correia leite de Almada. Dir-se-ia que o bravo septuagenário tinha vencido uma batalha decisiva, e procurava matizar com flores de cupido os seus louros de Mavorte. E o Cerveira lobo bebia e relatava proezas dos seus saudosos dragões de chaves com gestos bélicos e as pernas desviadas como se apertasse nas coxas a sela de um cavalo empinado no fragor da peleja. Nisto entrou um camarada, às 11 da noite, a chamar apressadamente o quartel-mestre-general, que o procurava com muita urgência um capitão de atiradores do batalhão do Pópulo.

O Vitorino de fagilde encontrou na sala de espera o capitão pinho leal, um robusto e jovialíssimo rapaz, de trinta anos, com uma fé política, antípoda da sua forte inteligência - uma espécie de poeta medieval com um grande amor romântico às catedrais e às instituições obsoletas e extintas. Ele tinha muitos destes camaradas visionários e respeitáveis na sua falange da madressilva.

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pág. 142 (Capítulo 16)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 142

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196