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Capítulo 17: CAPÍTULO XVI

Página 164

O melro, como o porco-montês e o lobo-cerval, embrenhara-se por pinhais e carvalheiras; às vezes, parava a orientar-se pelo cucuritar dos galos tresnoitados e latir dos cães. Ao fundo das bouças ladeirentas, rugia o rio pele nos açudes das azenhas e nas guardas dos pontilhões. Lamelas era da parte de além. Mas o rio, de monte a monte, rugia intransitável nas pequenas pontes. Foi à de landim, uma aldeia engravatada, onde ainda se avistavam clarões de luz nas vidraças das famílias distintas que jogavam a bisca em ricos saraus do Faubourg Saint-Honoré, com uns deboches sardanapalescos de sueca a feijões.

Havia também um rumorejo de vozes que altercavam na taverna do chasco. Tinia dinheiro lá dentro. Jogava-se o monte.

O melro pensou ouvir proferir o nome do Zeferino. Abeirou-se, pé ante pé, do postigo da taverna, e convenceu-se de que estava ali o pedreiro. Era ele quem reclamava um quartinho que pusera de porta, e o banqueiro recolhera com as paradas que estavam dentro, quando tirou a contrária de cara.

Que não admitia ladroeiras!

E o banqueiro desfeiteado observava-lhe que nada de chalaças a respeito de ladroeiras; que todos os que estavam daquela porta para dentro eram cavalheiros. O Zeferino replicava que não queria saber de cavalheiros; que queria o seu quartinho ou que se acabava ali o mundo. Que quem queria roubar que fosse para a terra negra.

A alusão era muito certeira e inconveniente. Estavam na roda dos cavalheiros alguns veteranos da antiga quadrilha do faísca, na terra negra, muito desfalcada pelo degredo e pela força. Travou-se a luta a soco e pau; havia lampejos de navalhas que davam estalos nas molas; o Tagarro de monte Córdova tinha feito afocinhar o banqueiro sobre os dois galhos do baralho com um murro hercúleo, fenomenal.

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pág. 164 (Capítulo 17)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 164

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196