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Capítulo 4: CAPÍTULO III

Página 25
Já se ouvia tocar a rebate em diversas torres, à discrição dos garotos destacados. O morgado mandou-lhes dar vinho, e que debandassem, que recolhessem a suas casas, porque iam levar grande tareia inutilmente. O egresso veio a uma janela que abria sobre o átrio, e tentou dissuadi-los do desvario que mais parecia um excesso de vinho que de patriotismo - dizia. Não fez nada. Cada vez mais picado, o alferes, faminto de vingança, bradava que estivera quinze meses escondido, que lhe tinham estragado a sua casa, e que ia pedir contas aos trepas e aos andrades de santo tirso, uns malhados, cujas cabeças havia de deixar espetadas em pinheiros.

Na vila ouvia-se o toque a rebate. Dizia-se que era incêndio. Alguns vadios atravessaram a ponte muito açodados em direção às freguesias de onde soavam as primeiras badaladas. O regedor de Vilalva, o pai do José dias, descia esbaforido do monte do barreiro a dar parte à autoridade. Assim que se espalhou a nova em santo tirso, já se ouvia alarido de vozes. A garotagem dava vivas, e guinchava uns apupos prolongados que punham ecos nas margens tortuosas do rio ave. Os liberais de santo tirso rodearam o administrador, armados, com os seus criados. Os negociantes, com medo de saque, também saíram de clavinas. As famílias nas janelas faziam clamores, numa grande desolação. Naquela vila lembrava ainda a mortandade do tempo do cerco do porto, e havia velhos que presenciaram outra semelhante no tempo dos franceses. O regedor de Vilalva dissera que o comandante da guerrilha era o morgado de barrimau. Esta notícia fez aumentar o pavor, porque, se o morgado, sério, prudente e bravo, aceitara o comando dos populares é porque a coisa era séria. Os homens de negócio depuseram as armas, enfardelaram os valores e fugiram, caminho do porto.

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 25

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196