Quando passava em frente da casa do Simeão, em Prazins, olhou de esguelha, por debaixo da aba do chapéu, para o lavrador que estava apondo os bois ao carro, e regougou um arrastado pigarro de goelas encatarroadas; e, dando de espora à andadeira, deixou cair o pau ferrado ao longo da perna. “qualquer dia estou-te em cima!”, dizia para si, ladeando a besta em corcovos chibantes. O Simeão, quando o perdeu de vista, murmurou: - valha-te o diabo, banabóia!
O ex-capitão-mor de santa marta respondeu às perguntas do primo de barrimau; e, como o portador se recomendou na qualidade de afilhado do fidalgo e filho de um alferes que comandara o ataque de 1838 sobre santo urso, o Cristóvão bezerra tratou-o muito bem e pediu-lhe notícias desse ataque a santo tirso que ele não conhecia. O pedreiro contou a façanha do pai, a nadar, com a espada nos dentes; e o fidalgo, quando soube que ele estava entrevado, disse pungidamente: mal empregado! - que um general romano fizera o mesmo e que o levasse às caldas de Vizela à bomba quente.
Como estava conversando com o filho de tamanho realista, fez-lhe confidências: - que D. Miguel estava perto dali; mas não recebia ninguém porque os malhados já o espreitavam em Portugal. Que a aclamação havia de começar em terras de Bouro, e estender-se até lisboa; e que estivesse certo que el-rei nosso senhor lhe daria a patente do pai ou talvez mais. O pedreiro esfregava os joelhos com as mãos e bamboava-se hilariante na cadeira como um idiota. Tirou da algibeira da véstia uma saquita de missanga, onde tinha três peças e sete pintos. Pôs o dinheiro com estrondo diante do bezerra - que o mandasse a el-rei para as suas despesas; que eu, acrescentou, há quatro anos que lhe dou uma moeda de ouro por ano; ele há de saber pelo rol quem é o Zeferino das lamelas, porque o padre luís de sousa couto, do porto, disse-me que el-rei conhece de nome todos os que lhe mandam dinheiro.