O padre rocha não se esquivou a colaborar na endrómina, dizia ele a D. Andresa - porque “eu - pela resposta da carta – “hei de seguir o fio da esparrela que querem armar ao parvo do homem”.
A carta ia pomposa, a ponto de Cerveira pedir comentários, explicações. Que estava uma obra profunda - dizia o fidalgo, instruído enfim nas obscurezas do estilo.
E, tirando seis pintos do bolso do colete:
- Aí tem para o seu rapé, merece-os.
O capelão não aceitou; pediu que os aplicasse pela sua intenção às necessidades do Sr. D. Miguel.
- É um realista às direitas, padre, um grande realista! - e, guardando os seis pintos, abraçou-o efusivamente e ofereceu-lhe um cálice de 1817.
- Eu desejaria muito ver a resposta da sua majestade - dizia o padre rocha.
- Isso é logo que ela chegar, padre! Pois então? Cá entre nós não há segredos; e, se o amigo quiser, no caso que el-rei me mande ir, vai comigo, e pode logo vir despachado. Pois então?
- Está dito! - e o padre com um regozijo muito cómico, e o cálice aromático debaixo do nariz: - quem sabe se eu ainda serei arcebispo, ó Sr. Tenente-coronel!
- Ora! Como dois e dois são quatro! Há de ser arcebispo, não tenha dúvida. Isto vai tudo mudar! - e carregava-lhe forte no 1817. - arre! Estou aqui metido há doze anos nestes montes, que me tem levado os diabos! Tenho 49 anos: mas este punho ainda pode com a espada! Há de haver pancadaria de criar bicho! Olé! Eu dizia às vezes ao meu amigo D. Miguel quando o Sedvém, e o Mata e o Miguel alcaide davam cacetada nos malhados que aquilo não era bonito. Pois agora, padre rocha, hei de dizer-lhe: “É para baixo, real senhor! Mocada de meter os tampos dentro a esses malhados! É acabar com eles por uma vez! Uma forca em cada concelho. Real senhor.