Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: CAPÍTULO VIII

Página 68
Chegou a um certo período que devia impressioná-lo mais pela mudança súbita que lhe transluziu no rosto. Depois dobrou vagarosamente a carta.

O Zeferino esperava a confidência do conteúdo; mas o fidalgo, apesar da nobilitação do sargento-mor, continuava a considerá-lo o pedreiro que lhe fizera os canastros e reconstruíra as paredes da cozinha. Não estava assaz bêbedo para confidências.

- Conta lá o que te aconteceu, Zeferino. - e sentando-se, meteu o saca-rolhas à botija de holanda.

O Zeferino contou tudo com muita particularidade. Descreveu a figura do rei, as barbas que metiam respeito; pausava com eles os dizeres, dando ao braço direito, com a mão aberta, um movimento compassado. Repetiu, piorados na forma, os elogios que o Sr. D. Miguel fizera ao seu amigo Cerveira; que, quando estava a escrever, perguntou se o conde de quadros tinha limos.

O fidalgo sentia muita sede. Misturava de meias a genebra com água açucarada. E ao passo que lhe sorriam as alvoradas do seu mundo fantástico, e as trevas da razão se desteciam, crescia-lhe o interesse na narrativa do pedreiro. Reperguntava pormenores já respondidos. Não havia já no seu espírito passageira sombra de dúvida. Era o seu amigo D. Miguel quem estava em são Gens de calvos; e, se ele fizera coronel o plebeu das lamelas e sargento-mor o pedreiro, foi decerto com a intenção de o obsequiar a ele, para lhe mostrar com que prazer recebera a sua carta.

- Sua majestade disse-me que estimava lá ver-me com outra carta do senhor conde, enquanto não ia lá abraçá-lo - esclareceu Zeferino.

- Tens de lá ir amanhã. Aparece cedo.

- Pronto, senhor.

- Mas, se vais para casa, passa pelos pombais e dá parte ao padre rocha que preciso falar - lhe hoje à noite ou amanhã cedo.

O padre rocha preferiu vir de manhã, antes dos transportes cívicos do tenente-coronel.

<< Página Anterior

pág. 68 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 68

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196