Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: CAPÍTULO X

Página 87

O Cerveira inclinou-se ao pedreiro e disse-lhe à orelha:

- Ouviste, ó Zeferino?

- Estou banzado! - murmurou o outro.

- Olha que espiga! Três contos! Hem?

- Raios parta o diabo! - disse o pedreiro, numa síntese condensada da sua incomensurável angústia.

Minutos depois, o padre rocha encarava de frente o Cerveira, chamava-o de parte e dizia-lhe:

- Está desenganado, meu amigo? Eu, para corresponder à confiança de v. Exa, impus-me o dever de o salvar de um roubo de três contos, e da vergonha de ser logrado por um impostor. O maior serviço que podemos fazer ao Sr. D. Miguel é entregar à justiça um infame que se serve do seu sagrado nome para roubar os amigos do augusto príncipe. Sr. Cerveira, vá para sua casa; e, quando eu lhe disser que é tempo, então desembainhará a sua espada:

O Cerveira, abraçando-o:

- Honrado amigo, honrado amigo! Ainda os há..

O veríssimo entrou na cadeia de braga, e na madrugada do dia seguinte foi transferido para a relação do porto.

O nome e apelidos que ele deu no governo civil eram verdadeiros: Veríssimo Borges camelo da mesquita. (*)

[(*) Segundo as informações textuais do já referido José Joaquim ferreta de meio e andrade, o diálogo da autoridade e do preso correu assim: “sendo apresentado ao governador civil, respondendo a várias perguntas, disse:” que era das imediações de vila real, em Trás-os-Montes, e um dos amnistiados em Évora monte, na qualidade de sargento do exército realista; que numa surtida que fizeram os do porto fora ferido num quarto por uma bala, ficando um pouco coxo: mas que não deixara ainda assim o serviço; que achando-se no último carnaval no lugar de são Gens, ali tomara parte nos folguedos do povo com o abade da freguesia, o qual o convidara no fim para sua casa; que o tratara muito bem, e que, passados alguns dias, lhe dissera, depois da ceia, de uma maneira muito recolhida e sonsa: que desconfiava ter na sua casa sua majestade el-rei o Sr.

<< Página Anterior

pág. 87 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 87

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196