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Capítulo 11: CAPÍTULO X

Página 86

Cerveira lobo impunha e dominava com as suas barbas, o trajar asseado com muito lustro, e o bater metálico, patarata, das esporas. Abriram-lhe passagem, rodeavam-no cavalheiros da primeira plana, os Vasconcelos do tanque, os Magalhães, o freire barata, o cunha das travessas, a gema daquele enorme ovo realista, chocado no seio da religião da carlota Joaquina, do conde de basto e do teles Jordão. O Cerveira perguntava aos seus: - É? - uns encolhiam os ombros, outros negavam gesticulando. E ele, com intimativa:

- Pois saibam que é!

O Manuel de Magalhães dizia ao ouvido do Henrique Freire:

- Deixa-o falar, que está idiota.

O bernardo de barros, um fidalgo de basto que fora capitão de cavalaria, com um bizarro sorriso de corte e ademanes de uma seleção rara:

- Meu tenente-coronel, el-rei, quando vier, não há de estar ao alcance da canalha. Descanse vossência.

Os janotas acercavam-se, desfrutadores, do Cerveira. Eram o Russel, o António Gaspar, os de Infias, o bento Miguel de Maximinos, o Paiva brandão, o D. Manuel de prelada, o D. João da tapada, o António luís de Vilhena, um loiro, muito enamorado, com uma rosa-chá na lapela da casaca azul com botões amarelos.

Daí a pouco fez-se um torvelinho de povo à porta do governo civil. A soldadesca afastava a multidão com frases persuasivas de coronha de arma. Formou-se a escolta, e o preso saiu, de rosto levantado e afoito, rara a multidão. Cerveira lobo fitava-o com uma ansiedade aflitiva. - que se parecia... E ia jurar que era ele! - quando um realista convencionado e que estava no grupo, o major de vila verde, disse com um desdém de achincalhação:

- Olha quem ele é! Oh que traste! Que grande mariola! Forte malandro!

- Quem é? Quem é? - perguntavam todos.

- É o veríssimo, foi furriel da minha companhia, andou com o remexido, e safou-se de Messines com o pré dos guerrilhas.

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pág. 86 (Capítulo 11)

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 86

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196