Os dois ex-sargentos alvoroçaram-se com a notícia e resolveram apresentar-se ao formidável Candilho. Veríssimo pediu à tia uma quantia mais avultada para pagar as últimas despesas do sacerdócio. A velha mandou-lhe o preço de uma vinha vendida e a sua bênção. Os aventureiros partiram para o algarve. O general recebeu-os nos braços, e deu-lhes divisas de capitães. Veríssimo Borges escreveu ao pai, a dar-lhe parte do seu heroico destino: que advogasse a sua nobre causa na presença da tia Águeda, e lhe dissesse que ele não podia largar a espada vencida enquanto visse no campo brilhar o ferro de um realista. Que o general sousa reis estava destinado a repor o Sr. D. Miguel I no trono, ou ser o último a morrer na sua defesa; que ele e um seu amigo e camarada tinham saído de braga juramentados a morder o pó onde caísse o seu general. Que eram já comandantes de companhias, e tinham duas carreiras abertas - uma que levava à glória, outra à sepultura - que também era uma glória morrer pela pátria.
José Joaquim, o remexido, era um bem figurado homem de trinta e oito anos. Nascera em Estômbar, estudara para clérigo no seminário de faro, e distinguira-se em perspicácia e subtileza na perceção das teologias. O amor inutilizou-lhe o talento aplicado a um pacífico e humaníssimo destino. Viu uma esbelta jovem de são bartolomeu de Messines quando aí foi pregar um sermão, sendo minorista. As serenas visões do levita deslumbrou-lhas a formosa algarvia. Não hesitou entre o amor da humanidade e o culto egoísta da família. Casou, e de homem estudioso e contemplativo, volveu-se lavrador, lidou rudemente nas searas, e redobrou de esforços à proporção que os filhos lhe multiplicavam o amor e os cuidados.
Insensivelmente compenetrou-se da paixão política.