O teólogo, outro irmão e três criados julgavam-se já cortados pelo fogo que lhes saía da carvalheira, quando Norberto lhes bradou:
- Fujam, que sou eu!
- O meu irmão Bernardo? - perguntou o teólogo.
Norberto, para que os criados o não contradissessem, respondeu:
- Ficou morto.
À volta de um dos feridos no seguimento dos que fugiam juntaram-se todos os outros. É que Isidro Cambado, arrancando a repelões o colete ressumado de sangue, rugia:
- Mataram-me!
Norberto saiu da moita, rodeou por longe e surgiu no ângulo da casa por onde se escapulira.
- Cá pelo meu lado ninguém se pirou! - bradava ele. - E vocês deixaram-nos ir?!
- Com dez milhões de diabos!... - bramiu raivoso um de Midões. - Já morreram quatro; anda ver o Isidro Cambado, que está a expedir!
Norberto aproximou-se do grupo e observou:
- Bem vos dizia eu, que isto não estava bom! Ora aqui tendes!... Morreu só um deles!
- Dois! - emendou um dos cinco de Midões.
- Então que é do outro? - perguntou o Calvo.
- Há de lá estar dentro daquela porta - e apontou para o patim contra o qual atiraram, assim que assomou o primeiro vulto. - Se eu lhe não meti a bala na arca do peito, venha já um raio que me parta!
Norberto galgou as escadas e viu, à brilhante lumieira das traves acesas, o cadáver de Francisco Moniz. Desceu vagarosamente e disse com mal dissimulada pena:
- É verdade... Lá está morto o médico... Agora que querem de aqui? Vamos embora. A casa parece-me que está sem fôlego vivo. Ou vocês querem
ir lá dentro? Arranjem agora a ficar debaixo das paredes que é o que falta... Eu cá de mim vou-me esgueirando. Leve o Diabo a empresa! Ora vejam se, à conta de matar o Bernardo, valia a pena deixarmos mortos quatro homens valentes como torres! Do Frazão e do Torto não fica no mundo casta! Enfim, o Sr.