algum interesse em reabilitá-los? Seria, porventura, parente de algum?
- Nada, não tenho pensado nisto, senão como compadecido de tão infausta sorte de homens na flor da vida! Morreram pela redenção da liberdade, e nem a bandeira misericordiosa da liberdade baixar-se a defender-lhes as cinzas!... Parece-me atroz!
- De maneira que vossa Excelência é um anjo no meio desta sociedade que, a meu ver, nunca perdoou nem perdoará jamais aos desatinados jovens que desfizeram as espadas em facas de sicários!... A liberdade não pode absolver algozes.
- Mas tenho ouvido dizer que alguns penaram inocentemente.
- Os enforcados?
- Sim.
- Penso que não. Creio, porém, que nem todos os fugitivos tiveram de lavar as mãos ensanguentadas.
Alexandre reteve uma pergunta que poderia preparar outras perigosas. Mudaram de assunto, e despediram-se para se reunirem à noite. Prosseguiram nas suas lucubrações por espaço de quinze dias. Alexandre tinha no seu colaborador um auxílio inteligentíssimo e, além de tanto, ainda um simpático amigo.
Ao décimo sexto dia, Paulo de Campos não chegou às horas; mas enviou Norberto. Calvo com uma carta em que se desculpava com o seu achaque de fígado, que o não deixava sair. Alexandre Pimentel foi imediatamente visitá-lo. Estava o enfermo sentado no leito, quando o seu amigo entrou conduzido pelo velho das grandes barbas.