Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL

Página 108
Em muitos outros casos, longe de haver quaisquer auxílios à autofertilização, há engenhos especiais, como poderia mostrar a partir dos escritos de C. C. Sprengel e das minhas próprias observações, que efectivamente impedem que o estigma receba o pólen da sua própria flor: por exemplo, na Lobelia fulgens, há um engenho realmente belo e elaborado pelo qual cada um dos infinitamente numerosos grânulos de pólen é varrido das anteras conjuntas de cada flor, antes de o estigma dessa flor individual estar pronto para os receber; e como esta flor nunca é visitada por insectos, pelo menos no meu jardim, nunca dá semente, embora colocando o pólen de uma flor no estigma de outra tenha criado bastantes plantas jovens; ao passo que outra espécie de Lobélia, que cresce nas proximidades e é visitada por abelhas, produz sementes em abundância. Em muitíssimos outros casos, embora sem qualquer dispositivo mecânico especial para impedir que o estigma de uma flor receba o seu próprio pólen, como C. C. Sprengel mostrou e posso confirmar, ou as anteras irrompem antes de o estigma estar pronto para a fertilização, ou o estigma está pronto antes de o pólen dessa flor estar, pelo que estas plantas têm na verdade sexos distintos e têm de se cruzar habitualmente. Como estes factos são estranhos! Como é estranho que o pólen e a superfície estigmática da mesma flor, embora tão próximos, como se o objectivo fosse a autofertilização, sejam em tantos casos de uma inutilidade recíproca! Como é simples explicar estes factos com base na perspectiva de que um cruzamento ocasional com um indivíduo distinto é vantajoso e indispensável!

Se se permitir que muitas variedades de couve, rabanete, cebola e outras plantas dêem semente perto umas das outras, uma grande

<< Página Anterior

pág. 108 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 108

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491