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Capítulo 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL

Página 109
maioria, como descobri, das 'plantas jovens cultivadas dessa maneira serão híbridas: por exemplo, cultivei 233 couves jovens a partir de algumas plantas de diferentes, variedades que cresciam em proximidade, e destas apenas 78 eram exemplares puros do seu tipo e mesmo assim nem todas eram perfeitamente puras. No entanto, o pistilo de cada flor de couve está rodeado não apenas pelos seus próprios seis estames, mas pelos de muitas outras flores da mesma planta. Como, então, é que tantas plantas jovens são hibridizadas? Suspeito que tem ser pelo facto de o pólen de uma variedade distinta ter um efeito predominante sobre o pólen da própria flor; e que isto faz parte da lei geral de que o entrecruzamento de indivíduos distintos da mesma espécie resulta numa vantagem. Quando se cruzam espécies distintas a situação é directamente inversa, pois o próprio pólen da própria planta predomina sempre sobre o pólen alienígena; mas regressaremos a este assunto num capítulo posterior.

No caso de uma árvore gigantesca coberta de inúmeras flores, pode-se objectar que o pólen raramente seria transportado de árvore para árvore, quando muito apenas de flor para flor na mesma árvore e que só num sentido restrito se pode considerar as flores da mesma árvore como indivíduos distintos. Creio que esta objecção é válida, mas que em grande medida a natureza lhe responde, dando às árvores uma forte tendência para gerar flores com sexos distintos. Quando os sexos são separados, embora as flores masculina e feminina possam ser produzidas na mesma árvore, podemos ver que o pólen tem de ser regularmente transportado de flor para flor; e isto gera uma maior probabilidade de o pólen ser ocasionalmente transportado de árvore para árvore. Parece-me o caso neste país que a frequência com que as árvores pertencentes a todas as ordens têm sexos separados, por comparação com outras plantas, é maior; além disso, o Dr.

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pág. 109 (Capítulo 5)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 109

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491