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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 145

O facto de as variedades de uma espécie, quando se propagam para a zona de habitação de outras espécies, adquirirem frequentemente, num grau muito ligeiro, alguns caracteres de tais espécies, harmoniza-se com a nossa perspectiva de que as espécies de todos os tipos são apenas variedades bem marca das e permanentes. Assim, as espécies de moluscos que estão confinadas aos mares tropicais e pouco profundos têm em geral uma coloração mais vívida do que aqueles que estão confinados a mares mais frios e profundos. As aves confinadas ao continente têm, segundo o Sr. Gould, uma coloração mais vívida do que as aves insulares. As espécies de insectos confinadas a áreas costeiras, como todo o coleccionador sabe, são amiúde cúpreas ou pálidas. As plantas que vivem exclusivamente no litoral são muito propensas a ter folhas carnosas. Quem acredita na criação de cada espécie, terá de afirmar que este molusco, por exemplo, foi criado com cores vívidas para um mar quente; mas que estoutro molusco ganhou uma coloração vívida por variação, quando se propagou para águas mais quentes ou mais rasas.

Quando uma variação é da mais ligeira utilidade para um ser, não sabemos quanto se deve atribuir à acção acumulativa da selecção natural e quanto às condições de vida. Assim, é do conhecimento geral entre os peleiros que os animais da mesma espécie têm uma pele tanto mais espessa e melhor quanto mais severo é o clima em que viveram; mas quem sabe quanto desta diferença talvez se deva ao facto de os indivíduos com o revestimento mais quente terem sido favorecidos e preservados durante muitas gerações e quanto se deve à acção directa do clima severo? Pois parece que o clima tem alguma acção directa sobre o pêlo dos nossos quadrúpedes domésticos.

Poder-se-ia

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pág. 145 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 145

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491