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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 164
A regra aplica-se a machos e fêmeas; mas mais raramente às fêmeas, dado exibirem mais raramente caracteres sexuais secundários notáveis. É possível que o facto de a regra se aplicar tão manifestamente no caso dos caracteres sexuais secundários se deva à grande variabilidade destes caracteres, exibidos ou não de uma maneira inabitual - facto acerca do qual creio não haver dúvidas. Mas o caso dos hermafroditas cirrípedes mostra claramente que a nossa regra não se limita aos caracteres sexuais secundários; e aqui posso acrescentar que dei particular atenção ao comentário do Sr. Waterhouse, ao investigar esta ordem, e estou plenamente convencido de que a regra se aplica aos cirrípedes quase sem excepções. No meu próximo trabalho apresentarei uma lista dos casos mais notáveis; aqui apenas menciono brevemente um, dado que ilustra a regra na sua aplicação mais ampla. As válvulas operculares dos.cirrípedes sésseis (cracas) são, em todos os sentidos da palavra, estruturas muito importantes e diferem pouquíssimo, mesmo em géneros diferentes; mas, nas diversas espécies de um género, o Pyrgoma, estas válvulas apresentam uma quantidade maravilhosa de diversificação: sendo as válvulas homólogas nas diferentes espécies por vezes completamente desiguais em tamanho; e a quantidade de variação nos indivíduos de diversas espécies é tão grande que não é exagero afirmar que as variedades diferem mais entre si nos caracteres destas válvulas importantes do que outras espécies de géneros distintos.

Como as aves na mesma região variam pouquíssimo, prestei-lhes particular atenção, e parece-me que a regra se aplica seguramente a esta classe. Não posso afirmar que se aplica às plantas, o que teria seguramente abalado a minha crença na sua verdade, se a grande variabilidade das plantas não tornasse particularmente difícil comparar os seus graus de variabilidade relativos.

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pág. 164 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 164

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491