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Capítulo 6: CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO

Página 167
Estou convencido de que é esse o caso. Não vejo razão para duvidar de que a luta entre a selecção natural, por um lado, e a tendência para a reversão e a variabilidade, por outro, cessará com o tempo; e que os órgãos cujo desenvolvimento é mais anómalo podem tornar-se constantes. Por isso, quando um órgão, por muito anormal que seja, foi transmitido aproximadamente na mesma condição a muitos descendentes modificados, como no caso da asa do morcego, tem de ter existido, segundo a minha teoria, quase no mesmo estado durante um período de tempo imenso; e assim não se torna mais variável do que qualquer outra estrutura. É só naqueles casos em que a modificação foi comparativamente recente e extraordinariamente grande que devemos- encontrar a variabilidade generativa, como se lhe pode chamar, ainda presente em elevado grau. Pois neste caso a variabilidade raras vezes até agora terá sido fixada pela selecção contínua dos indivíduos cuja variação corresponde ao modo e intensidade necessários, e pela rejeição contínua dos que tendem para reverter a uma condição anterior e menos modificada.

Pode-se alargar o princípio incluído nestes comentários. É notório que os caracteres específicos sejam mais variáveis do que genéricos. Explicando através de um exemplo simples o que se pretende dizer, se num género vasto de plantas algumas espécies tivessem flores azuis e outras tivessem flores vermelhas, a cor seria apenas um carácter específico, e ninguém ficaria surpreso se uma das espécies azuis variasse para vermelho ou o inverso; mas, se todas as espécies tivessem flores azuis, a cor tornar-se-ia um carácter genérico e a sua variação seria uma circunstância mais invulgar. Escolhi este exemplo porque neste caso não se pode aplicar uma explicação,

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pág. 167 (Capítulo 6)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 167

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491