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Capítulo 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA

Página 207
Não duvido portanto de que pequenas dobras de pele, que originalmente serviam como freios ovígeros, mas que também auxiliavam muito ligeiramente o acto da respiração, se converteram gradualmente por meio de selecção natural em brânquias, simplesmente através de um aumento de tamanho e da obliteração das suas glândulas adesivas. Se todos os cirrípedes pedunculados se extinguissem, e estes já sofreram muito mais extinção do que os cirrípedes sés seis, quem teria alguma vez imaginado que as brânquias nesta última família existiram originalmente como órgãos para impedir que os ovos fossem arrastados da bolsa?

Ainda que tenhamos de ser extremamente prudentes ao concluir acerca de qualquer órgão que este jamais poderia ter sido produzido por gradações transicionais sucessivas, sem dúvida que ocorrem sérios casos de dificuldade, alguns dos quais serão discutidos no meu trabalho futuro.

Um dos mais graves é o dos insectos assexuados, cuja construção frequentemente difere muito quer dos machos quer das fêmeas férteis; mas este caso será tratado no capítulo seguinte. Os órgãos eléctricos de peixes oferecem outro caso de dificuldade especial; é impossível conceber por que etapas estes órgãos maravilhosos foram produzidos; mas, como observaram Owen e outros, a sua estrutura íntima assemelha-se intimamente à do músculo comum; e como se mostrou recentemente que as raias têm um órgão intimamente análogo ao aparelho eléctrico, e no entanto não produzem, como afirma Matteuchi, qualquer descarga eléctrica, temos de reconhecer que ignoramos demasiado para argumentar que nenhuma transição de qualquer tipo é possível.

Os órgãos eléctricos apresentam outra dificuldade ainda mais grave; pois só ocorrem em cerca de meia dúzia de peixes, dos quais diversos têm uma afinidade muito remota.

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pág. 207 (Capítulo 7)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 207

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491