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Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 252
Mas suponhamos que esta última circunstância determinava, como é provável que frequentemente determine, o número de zângãos que poderiam existir numa região; suponhamos ainda que a comunidade tinha de suportar o Inverno e consequentemente precisaria de uma reserva de mel: neste caso não pode haver dúvida de que seria uma vantagem para o nosso zângão se uma ligeira modificação do seu instinto o levasse a fazer os seus alvéolos de cera próximos entre si, de modo a intersectarem um pouco; pois uma parede comum, mesmo a dois alvéolos contíguos economizaria um pouco de cera. Portanto, seria cada vez mais vantajoso ao nosso zângão se fizesse os seus alvéolos cada vez mais regulares, mais próximos entre si e agregados numa massa, como os alvéolos da Melipona; pois neste caso uma grande parte da superfície que delimita cada alvéolo serviria para delimitar outros alvéolos e poupar-se-ia muita cera. Mais uma vez, pela mesma causa, seria vantajoso para a Melipona se fizesse os seus alvéolos mais próximos entre si e mais regulares em todos os aspectos do que são no presente; pois então, como vimos, as superfícies esféricas desapareceriam por completo e seriam todas substituídas por superfícies planas; e a Melipona faria um favo tão perfeito como o da abelha-operária. A selecção natural não poderia conduzir além desta fase de perfeição arquitectónica; pois o favo da abelha-operária, tanto quanto sabemos, é absolutamente perfeito na economia da cera.

Creio que assim o mais maravilhoso de todos os instintos conhecidos, o da abelha-operária, se pode explicar pelo facto de a selecção natural ter aproveitado numerosas modificações ligeiras e sucessivas de instintos mais simples; tendo a selecção natural através de etapas lentas, cada vez mais perfeitamente, levado as abelhas a dragar esferas iguais a dada distância entre si numa camada dupla e a acumular e escavar a cera segundo os planos de intersecção.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 252

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491