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Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 253
As abelhas, evidentemente, têm tanto conhecimento de que dragaram as suas esferas a uma distância particular entre si como têm consciência de quais os diversos ângulos dos prismas hexagonais e das placas rômbicas basilares. A economia de cera foi a força motriz do processo de selecção natural; o enxame individual desperdiçou menos mel na secreção de cera, sendo o mais bem-sucedido e tendo transmitido hereditariamente o seu novo instinto económico a novos enxames, que por sua vez terão tido a melhor hipótese de ser bem-sucedidos na luta pela existência.

Não há dúvida de que se poderia opor à teoria da selecção natural diversos instintos muito difíceis de explicar - casos em que não conseguimos ver como um instinto se poderia ter originado; casos em que se desconhece a existência de quaisquer gradações intermédias; casos de instintos aparentemente tão pouco importantes que a selecção natural dificilmente actuaria sobre eles; casos de instintos quase idênticos em animais tão afastados na escala da natureza que não conseguimos explicar a sua semelhança através da herança de um antecessor comum e temos portanto de acreditar que foram adquiridos por actos independentes de selecção natural. Não entrarei aqui nestes diversos casos, mas limitar-me-ei a uma dificuldade especial, que a princípio me pareceu insuperável e na verdade fatal para toda a minha teoria. Refiro-me aos indivíduos assexuados ou fêmeas estéreis nas comunidades de insectos: pois estas assexuadas frequentemente diferem muito em instinto e estrutura, tanto dos machos como das fêmeas férteis e, no entanto, por serem estéreis, não podem propagar o seu tipo.

O assunto bem merece ser discutido em grande fôlego, mas vou considerar aqui um só caso, o das formigas operárias ou estéreis.

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pág. 253 (Capítulo 8)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 253

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491