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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 266

É certo, por um lado, que o grau de esterilidade de várias espécies quando cruzadas difere a tal ponto e desaparece gradativamente de uma maneira tão imperceptível e, por outro lado, que a fertilidade das espécies puras é tão facilmente afectada por várias circunstâncias, que na prática é dificílimo saber onde termina a perfeita fertilidade e começa a esterilidade. Penso que não se pode ter melhor indício disto do que o facto de os dois observadores mais experientes que houve, nomeadamente, Kölreuter e Gärtner, terem chegado a conclusões diametralmente opostas a respeito da mesmíssima espécie. É também sobremaneira esclarecedor comparar - mas não tenho aqui espaço para entrar em detalhes - os indícios apresentados pelos nossos melhores botânicos sobre a questão de se dever classificar certas formas duvidosas como espécies ou como variedades, com os indícios a partir da fertilidade, aduzidos por diferentes hibridizadores, ou pelo mesmo autor, a partir de experiências feitas ao longo de vários anos. Pode-se assim mostrar que nem a esterilidade nem a fertilidade fornecem qualquer distinção nítida entre espécies ou variedades; mas que os indícios a partir desta fonte desaparecem gradativamente e são tão duvidosos como os indícios derivados de outras diferenças constitutivas e estruturais.

No que se refere à esterilidade dos híbridos em gerações sucessivas, embora Gärtner tenha podido criar alguns híbridos, salvaguardando-os cuidadosamente de um cruzamento com uma ou outra das antecessoras puras, durante seis ou sete gerações e, num caso, durante dez, ele afirma categoricamente que a fertilidade daquelas nunca aumentou, mas que geralmente decresceu muitíssimo. Não duvido de que seja normalmente este o caso e que a fertilidade não raro diminui subitamente nas primeiras gerações.

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pág. 266 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 266

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491