A Origem das Espécies - Cap. 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO Pág. 273 / 524

Pelo que mais uma vez temos razão para crer que o nosso gado bovino europeu e o gebo indiano são completamente férteis entre si; mas, pelos factos que me foram comunicados pelo Sr. Blyth, penso que temos de os considerar espécies distintas. Segundo esta perspectiva da origem de muitos dos nossos animais domésticos, temos ou de abandonar a crença da quase universal esterilidade das espécies distintas de animais quando cruzadas, ou temos de encarar a esterilidade não como uma característica indelével, mas susceptível de ser eliminada por domesticação.

*Peter Sirnon Pallas (1741-1811), naturalista alemão. [N.T.]

Por fim, olhando para todos os factos comprovados sobre o entrecruzamento de plantas e animais, pode-se concluir que algum grau de esterilidade, nos primeiros cruzamentos como nos híbridos, é um resultado extremamente geral; mas que não pode, no estado presente do nosso conhecimento, ser considerado absolutamente universal.

Leis que regem a esterilidade dos primeiros cruzamentos e dos híbridos. - Consideremos agora um pouco mais detalhadamente as circunstâncias e regras que regem a esterilidade dos primeiros cruzamentos e dos híbridos. O nosso principal objectivo será ver se as regras indicam ou não que as espécies foram especialmente dotadas com esta qualidade, de maneira a impedir que se cruzem e misturem entre si na mais perfeita confusão. As seguintes regras e conclusões são retiradas principalmente da admirável obra de Gärtner sobre a hibridização das plantas. Esforcei-me bastante por averiguar a que ponto as regras se aplicam aos animais, e considerando a escassez do nosso conhecimento a respeito dos animais híbridos, fiquei surpreendido por descobrir como as mesmas regras se aplicam em geral a ambos os reinos.





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