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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 274

Foi já observado que o grau de fertilidade, dos primeiros cruzamentos como dos híbridos, oscila entre zero e a perfeita fertilidade. É surpreendente a quantidade de maneiras pelas quais se pode mostrar que esta gradação existe; mas aqui apenas se poderá apresentar um resumo simplicíssimo dos factos. Quando o pólen de uma planta de uma família é colocado no estigma de uma planta de uma família distinta, não exerce maior influência do que igual quantidade de pó inorgânico. A partir deste zero absoluto da fertilidade, o pólen de diferentes espécies do mesmo género aplicado ao estigma de uma dada espécie, gera uma gradação perfeita no número de sementes produzidas, até à quase completa ou mesmo completa fertilidade, e, como vimos, em certos casos anormais, mesmo a um excesso de fertilidade, para lá do qual o pólen da própria planta produzirá. Assim, nos próprios híbridos há alguns que nunca produziram e provavelmente nunca produziriam uma única semente fértil, mesmo com o pólen de uma ou outra progenitora pura: mas em alguns destes casos pode-se detectar um primeiro vestígio de fertilidade no facto de o pólen de uma das espécies progenitor as puras fazer que o híbrido murche mais cedo do que de contrário sucederia; e é bem sabido que o estio lamento precoce da flor é um sinal de fertilização incipiente. Deste grau extremo de esterilidade temos híbridos auto fertilizadores que produzem um número cada vez maior de sementes até à perfeita fertilidade.

Os híbridos de duas espécies que são muito difíceis de cruzar e que raramente produzem prole são em geral muito estéreis; mas o paralelismo entre a dificuldade de fazer um primeiro cruzamento e a esterilidade dos híbridos assim produzidos - duas classes de factos que geralmente se confunde - não é de modo algum estrito.

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pág. 274 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 274

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491