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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 292
Em segundo lugar, alguns naturalistas ilustres crêem que a longo prazo a domesticação tende a eliminar a esterilidade nas gerações sucessivas de híbridos, que a princípio eram apenas ligeiramente estéreis; e se isto é assim, seguramente não deveríamos esperar constatar o aparecimento e desaparecimento simultâneo da esterilidade sob praticamente as mesmas condições de vida. Por último, e esta parece-me de longe a consideração mais importante, novas variedades de animais e plantas são produzidas sob domesticação pelo poder de selecção metódico e inconsciente do homem, para sua própria utilidade e prazer: nem deseja seleccionar, nem poderia seleccionar, ligeiras diferenças no sistema reprodutivo, ou outras diferenças constitutivas correlacionadas com o sistema reprodutivo. Dá a mesma alimentação às suas diversas variedades; trata-as aproximadamente da mesma maneira e não deseja alterar os seus hábitos de vida em geral. A natureza age uniforme e lentamente durante vastos períodos de tempo sobre toda a organização, de qualquer maneira que possa ser benéfica à criatura; e assim ela pode, ou directa, ou, com maior probabilidade, indirectamente, através da correlação, modificar o sistema reprodutivo nos diversos descendentes de qualquer espécie. Vendo esta diferença no processo de selecção, quando levado a cabo pelo homem e pela natureza, não temos que nos surpreender com algumas diferenças no resultado.

Tenho até agora falado como se as variedades da mesma espécie fossem invariavelmente férteis quando entrecruzadas. Mas parece-me impossível resistir aos indícios da existência de uma certa quantidade de esterilidade nos poucos casos seguintes, que resumirei brevemente. Os indícios são pelo menos tão bons como aqueles em que baseamos a crença na esterilidade de uma multidão de espécies.

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pág. 292 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 292

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491