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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 293
Os indícios são também derivados de testemunhas hostis, que em todos os outros casos consideram a fertilidade e a esterilidade como critérios seguros da distinção específica. Gärtner manteve durante muitos anos um tipo de milho anão com sementes amarelas e uma variedade alta com sementes vermelhas, crescendo perto uma da outra no seu jardim; e, embora estas plantas tenham sexos separados, nunca se cruzaram naturalmente. Ele fertilizou então treze flores de uma com o pólen da outra; mas só uma cabeça produziu semente e esta produziu cinco grãos apenas. A manipulação neste caso não seria prejudicial, já que as plantas têm sexos distintos. Creio que ninguém suspeitou de que estas variedades de milho são espécies distintas; e é importante notar que as plantas híbridas assim criadas eram elas próprias perfeitamente estéreis; pelo que mesmo Gärtner não arriscou considerar as duas variedades como especificamente distintas.

Girou de Buzareingues cruzou três variedades de abóbora, que, como o milho, tem sexos distintos, e afirma que a facilidade da sua fertilização mútua é inversamente proporcional à grandeza das suas diferenças. A que ponto se pode confiar nestas experiências, não sei; mas as formas em que se experimentou são classificadas como variedades por Sagaret, que baseia principalmente a sua classificação no teste da infertilidade.

O caso seguinte é muito mais notável, e parece à partida completamente inacreditável; mas é o resultado de um número extraordinário de experiências feitas durante muitos anos sobre nove espécies de Verbascum, por tão bom observador e testemunha tão hostil como Gärtner: nomeadamente, que as variedades amarela e branca da mesma espécie de Verbascum, quando entrecruzadas, produzem menos semente do que o fazem uma ou outra das variedades coloridas quando fertilizadas com o pólen das suas próprias flores coloridas.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 293

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491