Capítulo 10: CAPÍTULO IX SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
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- É de consenso geral que as nossas colecções paleontológicas são muito imperfeitas. Há que não esquecer a observação daquele admirável paleontólogo, o falecido Edward Forbes, nomeadamente, de que os números das nossas espécies fósseis são conhecidos e nomeados a partir de espécimes únicos e por vezes fragmentários, ou a partir de poucos espécimes recolhidos num só local. Apenas uma pequena porção da superfície da Terra foi geologicamente explorada e nenhuma parte o foi com o cuidado suficiente, como provam as importantes descobertas feitas todos os anos na Europa. Nenhum organismo completamente mole se pode preservar. Conchas e ossos degradam-se e desaparecem quando ficam no fundo do mar, onde o sedimento não se acumula. Creio que adoptamos continuamente uma perspectiva muitíssimo errada quando admitimos tacitamente para connosco que o sedimento não se deposita em quase todo o leito marítimo a um ritmo suficientemente rápido para incrustar e preservar vestígios fósseis. Numa proporção extraordinariamente vasta do oceano, o matiz azul vívido da água indica a sua pureza. Os muitos casos registados de uma formação coberta uniformemente após um enorme intervalo de tempo, por outra formação posterior, sem que a camada subjacente tenha sofrido nesse intervalo qualquer desgaste e ruptura, parece explicável apenas na perspectiva de que o leito do mar não raro jaz durante muito tempo numa condição inalterada. Os vestígios que de facto se fixam, se na areia ou no cascalho, geralmente dissolvem-se, quando as camadas são elevadas, pela infiltração da água da chuva. Suspeito que poucos dos muitos animais que vivem na praia entre a alta e a baixa marca de água são preservados. Por exemplo, as diversas espécies de Chthamalinae (uma subfamília
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