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Capítulo 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS

Página 339
Quando muitos habitantes de uma região se modificaram e aperfeiçoaram, podemos compreender, segundo o princípio de competição, e o das muitas relações importantíssimas entre organismos, que qualquer forma que não sofre qualquer grau de modificação e aperfeiçoamento ficará sujeita a ser exterminada. Assim, podemos ver por que razão, se observarmos intervalos de tempo suficientemente amplos, todas as espécies na mesma região acabam por se modificar; pois as que não se modificam extinguir-se-ão.

Em membros da mesma classe, a quantidade média de modificação, durante períodos de tempo longos e iguais, pode, talvez, ser aproximadamente a mesma; mas como a acumulação de formações fossilíferas persistentes depende da deposição de grandes massas de sedimento em áreas que estão em subsidência, as nossas formações foram quase necessariamente acumuladas em intervalos amplos e irregularmente intermitentes; consequentemente, a quantidade de modificação orgânica exibida pelos fósseis incrustados em formações consecutivas não é igual. Cada formação, segundo esta perspectiva, não assinala um acto de criação novo e completo, mas apenas um episódio isolado, quase retirado ao acaso de uma peça dramática que progride lentamente.

Podemos compreender claramente a razão por que uma espécie, uma vez extinta, nunca reaparece, ainda que se repitam as mesmíssimas condições de vida orgânicas e inorgânicas. Pois embora a prole de uma espécie pudesse adaptar-se (o que sem dúvida aconteceu em inumeráveis circunstâncias) para ocupar precisamente o lugar de outra espécie na economia da natureza e assim suplantá-la, as duas formas - a antiga e a nova - não seriam exactamente idênticas entre si; pois ambas quase de certeza herdariam dos seus progenitores distintos caracteres diferentes.

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pág. 339 (Capítulo 11)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 339

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491