A Origem das Espécies - Cap. 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Pág. 385 / 524

terrestres, pelo menos algumas das ilhas, como outras cordilheiras, seriam formadas de granito, xis tos metamórficos, antigas rochas fossilíferas ou outras semelhantes, em vez de consistirem em meras pilhas de matéria vulcânica.

Tenho agora de dizer algo acerca do que se chama «meios acidentais», mas que se poderia mais apropriadamente chamar «meios ocasionais» de distribuição. Limitar-me-ei aqui às plantas. Nas obras de botânica, afirma-se que esta ou aquela planta é mal adaptada à ampla disseminação; mas, no que se refere ao transporte marítimo, pode-se dizer que se desconhece quase completamente os maiores ou menores recursos. Antes de ter tentado, com a ajuda do Sr. Berkeley, algumas experiências, não se sabia sequer até que ponto as sementes conseguiam resistir à acção prejudicial da água salgada. Para minha surpresa, descobri que dos 87 tipos, 64 germinaram após uma imersão de 28 dias e alguns sobreviveram a uma imersão de 137 dias. Por uma questão de conveniência, experimentei sobretudo com sementes pequenas, sem a cápsula ou fruto; e como todas se afundaram em poucos dias, não poderiam ter flutuado através de vastas extensões marítimas, prejudicadas ou não pela água salgada. Posteriormente, experimentei com alguns frutos, cápsulas, etc., maiores, e alguns flutuaram durante muito tempo. É bem sabido qual a diferença na flutuabilidade da 'madeira verde e na seca; e ocorreu-me que as inundações poderiam arrastar plantas ou ramos e que estes poderiam secar nas margens e, então, por uma nova subida da corrente serem arrastadas para o mar. Assim, fui levado a secar caules e ramos de 94 plantas com fruto maduro e a colocá-los na água do mar. A maioria afundou rapidamente, mas algumas que em verdes flutuavam durante algum tempo,





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