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Capítulo 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Página 390
Assim, as sementes poderiam ocasionalmente ser transportadas a grandes distâncias; porquanto se poderia citar muitos factos que mostram que o solo em quase todo o lado está carregado de sementes. Reflicta-se por um momento nos milhões de codornizes que anualmente atravessam o Mediterrâneo; poderemos duvidar de que a terra que adere aos seus pés conteria por vezes algumas sementes minúsculas? Mas terei de regressar em breve a este assunto.

Sabendo-se que os icebergues estão por vezes carregados de terra e pedras e chegaram mesmo a transportar arbustos, ossos e o ninho de uma ave terrestre, dificilmente posso duvidar de que transportaram ocasionalmente sementes de uma parte para outra, nas regiões árcticas e antárcticas, como sugeriu Lyell; e, durante o período glacial, de uma parte para outra nas regiões hoje temperadas. Nos Açores, pelo grande número de espécies de plantas comuns na Europa, por comparação com as plantas de outras ilhas oceânicas mais próximas do continente, e (como observou o Sr. H. C. Watson) pelo carácter algo setentrional da flora por comparação com a latitude, suspeito de que estas ilhas tenham sido parcialmente povoadas por sementes transportadas no gelo, durante a época glacial. A meu pedido, Sir C. Lyell escreveu ao Sr. Hartung inquirindo se este observara pedregulhos irregulares nestas ilhas, ao que me respondeu que encontrara grandes fragmentos de granito e outras rochas, que não ocorrem no arquipélago. Podemos portanto inferir seguramente que os icebergues depositaram as suas cargas pedregosas nas praias destas ilhas em pleno oceano e é no mínimo possível que possam ter trazido para essas paragens as sementes de plantas setentrionais.

Considerando que os diversos meios anteriores de transporte,

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pág. 390 (Capítulo 12)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 390

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491