Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 467
Se supomos que o progenitor antigo, o «arquétipo», como se lhe pode chamar, de todos os mamíferos, tinha os seus membros construídos sobre o padrão geral existente, independentemente do propósito que serviam, podemos de imediato perceber a evidente significação da construção homóloga dos membros em toda a classe. Assim, com as bocas dos insectos, temos apenas de supor que o seu progenitor comum tinha um lábio superior, mandíbulas e dois pares de maxilas, tendo estas partes talvez uma forma muito simples; e então a selecção natural explicará a infinita diversidade na estrutura e função das bocas dos insectos. Não obstante, é concebível que o padrão geral de um órgão se possa tornar tão obscuro ao ponto de finalmente se perder, pela atrofia e, por fim, o abortamento total de certas partes, pela junção de outras partes e pela duplicação ou multiplicação de outras - variações que sabemos estarem dentro da possibilidade. Nas barbatanas dos extintos lagartos marinhos gigantes e nas bocas de certos crustáceos suctórios, o padrão geral parece ter sido assim obscurecido até certo ponto.

Há outra ramificação curiosa do assunto que agora discutimos; nomeadamente, a comparação, não da mesma parte em diferentes membros de uma classe, mas de diferentes partes ou órgãos no mesmo indivíduo. A maioria dos fisiólogos crêem que os ossos do crânio são homólogos - isto é, correspondem em número' e conexão relativa - às partes elementares de certo número de vértebras. Os membros anteriores e posteriores em cada membro das classes de vertebrados e articulados são manifestamente homólogos. Observamos a mesma lei ao comparar as maravilhosamente complexas maxilas e pernas nos crustáceos. Quase todos estão familiarizados com a posição relativa, numa flor, das sépalas, pétalas, estames e pistilos, bem como a sua estrutura íntima, são inteligíveis na perspectiva de que consistem em folhas metamorfoseadas, dispostas em espiral.

<< Página Anterior

pág. 467 (Capítulo 14)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 467

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491