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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 470
, como se se tivessem metamorfoseado, não umas a partir das outras, mas a partir de um elemento comum. Os naturalistas, todavia, usam essa linguagem apenas num sentido metafórico: estão longe de querer dizer que, no decorrer de uma longa descendência, os órgãos primordiais de qualquer tipo - vértebras num caso e pernas no outro - foram efectivamente modificadas até se tornarem crânios ou mandíbulas. Porém, tão forte é a aparente ocorrência de uma modificação desta natureza, que os naturalistas dificilmente conseguem evitar o uso da linguagem com esta significação evidente. Na minha perspectiva pode-se usar estes termos em sentido literal; e o maravilhoso facto de as mandíbulas, por exemplo, de um caranguejo preservarem numerosos caracteres, que provavelmente preservariam por meio da hereditariedade, se se tivessem realmente metamorfoseado no decorrer de uma longa descendência a partir de pernas verdadeiras, ou de algum apêndice mais simples, está explicado.

Embriologia. - Já se observou casualmente que certos órgãos no indivíduo, que na maturidade se tornam bastante diferentes e servem diferentes finalidades, são exactamente iguais no embrião. Além disso, os embriões de animais distintos na mesma classe são muitas vezes extraordinariamente semelhantes: não se pode dar melhor prova disto do que uma circunstância mencionada por Agassiz, nomeadamente, que tendo-se esquecido de etiquetar o embrião de algum animal vertebrado, não tem como agora distinguir se pertence a um mamífero, ave ou réptil. As larvas vermiformes das mariposas, moscas, escaravelhos, etc., assemelham-se entre si muito mais intimamente do que os insectos maduros; mas no caso das larvas, os embriões são activos e adaptaram-se a modos de vida especiais. Um

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pág. 470 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 470

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491