As larvas dos insectos, ou adaptadas aos hábitos mais diversos e activos, ou completamente inactivos, sendo alimentadas pelos pais ou colocadas num meio nutritivo apropriado, porém quase todas atravessam uma etapa de desenvolvimento vermicular semelhante; mas numa minoria de casos, como o do afídeo, se olharmos para os admiráveis desenhos que o Professor Huxley fez do desenvolvimento deste insecto, não vemos qualquer vestígio da etapa vermiforme.
Como, portanto, poderemos explicar estes diversos factos na embriologia - nomeadamente, a muito geral mas não universal diferença de estrutura entre o embrião e o adulto; de partes no mesmo embrião individual, que por fim se tornam muito dissemelhantes e servem diferentes finalidades, sendo semelhantes neste período inicial de crescimento; da semelhança geral mas não universal em embriões de diferentes espécies na mesma classe; de a estrutura do embrião não estar intimamente relacionada com as suas condições de existência, excepto quando o embrião se torna activo em qualquer período da vida e tem de se auto-sustentar; de o embrião ter aparentemente, por vezes, uma organização superior à do animal maduro em que se tornará. Creio que todos estes factos podem ser explicados, como se segue, com base na perspectiva da descendência com modificação.
Pressupõe-se comummente, talvez porque as monstruosidades afectam frequentemente o embrião num período muito inicial, que as variações ligeiras aparecem necessariamente num período igualmente inicial. Mas temos poucos indícios a este respeito - na verdade, os indícios apontam antes no sentido contrário; pois é notório que os criadores de gado bovino, cavalos, e vários animais de luxo, não sabem com certeza, antes que tenha decorrido algum tempo desde o nascimento do animal, que méritos ou forma acabará por adquirir.