Como, portanto, poderemos explicar estes diversos factos na embriologia - nomeadamente, a muito geral mas não universal diferença de estrutura entre o embrião e o adulto; de partes no mesmo embrião individual, que por fim se tornam muito dissemelhantes e servem diferentes finalidades, sendo semelhantes neste período inicial de crescimento; da semelhança geral mas não universal em embriões de diferentes espécies na mesma classe; de a estrutura do embrião não estar intimamente relacionada com as suas condições de existência, excepto quando o embrião se torna activo em qualquer período da vida e tem de se auto-sustentar; de o embrião ter aparentemente, por vezes, uma organização superior à do animal maduro em que se tornará. Creio que todos estes factos podem ser explicados, como se segue, com base na perspectiva da descendência com modificação.
Pressupõe-se comummente, talvez porque as monstruosidades afectam frequentemente o embrião num período muito inicial, que as variações ligeiras aparecem necessariamente num período igualmente inicial. Mas temos poucos indícios a este respeito - na verdade, os indícios apontam antes no sentido contrário; pois é notório que os criadores de gado bovino, cavalos, e vários animais de luxo, não sabem com certeza, antes que tenha decorrido algum tempo desde o nascimento do animal, que méritos ou forma acabará por adquirir.