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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 475
Observamos isto manifestamente nas nossas crianças; nem sempre sabemos se a criança vai ser alta ou baixa, ou quais serão as suas características precisas. A questão não é a de em que período da vida qualquer variação foi causada, mas em que período é plenamente exibida. A causa pode ter agido, e creio que em geral agiu, mesmo antes de o embrião estar formado; e a variação pode dever-se aos elementos sexuais feminino e masculino terem sido afectados pelas condições a que um ou outro progenitor, ou os seus ancestrais, foram sujeitos. Não obstante, um efeito assim causado num período muito inicial, mesmo antes da formação do embrião, pode aparecer tardiamente na vida; como quando uma doença hereditária, que só aparece na velhice, foi transmitida à prole pelo elemento reprodutivo de um progenitor. Ou, mais uma vez, como quando os cornos do gado bovino misto foram afectados pela forma dos cornos de um ou outro progenitor. Para o bem-estar de um animal muito jovem, enquanto permanece no útero da mãe, ou no ovo, ou enquanto é alimentado e protegido pelo progenitor, tem de ser completamente sem importância se a maior parte dos seus caracteres são plenamente adquiridos um pouco mais cedo ou mais tarde na vida. Não teria importância, por exemplo, para uma ave que obtivesse o seu alimento tendo um bico comprido, se adquirisse ou não um bico com este comprimento particular enquanto fosse alimentado pelos pais. Portanto, concluo que é completamente possível que cada uma das muitas modificações sucessivas, pelas quais cada espécie adquiriu a sua presente estrutura, possa ter sobrevindo num período de vida não muito inicial; e alguns indícios indirectos a partir dos nossos animais domésticos sustentam esta perspectiva. Mas, noutros casos, é bem possível que cada modificação sucessiva, ou a maior parte delas, tenha aparecido num período extremamente precoce.

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pág. 475 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 475

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491