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Capítulo 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO

Página 499
Por outro lado, temos indícios de que a variabilidade, uma vez que tenha entrado em jogo, não cessa totalmente; pois as nossas produções domésticas mais antigas ainda produzem ocasionalmente novas variedades.

O homem não produz efectivamente variabilidade; apenas expõe de forma não intencional os seres orgânicos a novas condições de vida, e, então, a natureza actua sobre a organização e causa a variabilidade. Mas o homem pode e de facto selecciona as variações que a natureza lhe dá, e assim as acumula de uma maneira desejada. Adapta assim animais e plantas para o seu próprio benefício e prazer. Pode fazê-lo metódica ou inconscientemente, preservando os indivíduos que lhe são mais úteis no momento, sem sequer pensar em alterar a linhagem. É certo que pode influenciar imenso o carácter de uma linhagem ao seleccionar, em cada geração sucessiva, diferenças individuais tão ligeiras ao ponto de serem completamente inapreciáveis por um observador sem preparação. Este processo de selecção tem sido o grande factor na produção das mais distintas e úteis linhagens domésticas. O facto de muitas das linhagens produzidas pelo homem terem em grande medida o carácter de espécies naturais mostra-se nas dúvidas inextricáveis sobre se muitas destas são variedades ou espécies aborígenes.

Não há qualquer razão óbvia pela qual os princípios que agiram tão eficientemente sob domesticação não devessem agir em estado de natureza. Na preservação de indivíduos e variedades favorecidas, durante a sempre recorrente luta pela existência, vemos os mais poderosos e sempre activos meios de selecção. A luta pela existência deriva inevitavelmente do elevado ritmo geométrico de crescimento, que é comum a todos os seres orgânicos. Este elevado ritmo de crescimento é provado por cálculo, pelos efeitos de uma sucessão de estações peculiares, e pelos resultados da naturalização, como foi explicado no Capítulo III.

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pág. 499 (Capítulo 15)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 499

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491