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Capítulo 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO

Página 512
Vemos por que razão certos caracteres são muito mais úteis do que outros para a classificação; por que razão os caracteres adaptativos, embora tenham a maior importância para o ser, dificilmente têm qualquer importância na classificação; por que razão os caracteres derivados de partes rudimentares, embora não tenham qualquer utilidade para o ser, têm amiúde um elevado valor classificativo; e por que razão os caracteres em brio lógicos são os mais valiosos de todos. As afinidades reais de todos os seres orgânicos devem-se à hereditariedade ou à ascendência comum. O sistema natural é uma ordenação genealógica na qual temos de descobrir as linhas de ascendência através dos caracteres mais permanentes, por muito ligeira que seja a sua importância vital.

Sendo a estrutura óssea a mesma na mão de um homem, na asa de um morcego, na barbatana de um roaz e na perna de um cavalo, - o mesmo número de vértebras que formam o pescoço da girafa e o do elefante e inumeráveis factos semelhantes explicam-se a si próprios imediatamente com base na teoria da descendência com lentas e ligeiras modificações sucessivas. A similaridade de padrão na asa e perna de um morcego, embora usadas para finalidades tão diferentes, nas mandíbulas e pernas de um caranguejo, nas pétalas, estames e pistilos de uma flor, é também inteligível com base na perspectiva da modificação gradual de partes ou órgãos, que eram semelhantes no mais antigo progenitor de cada classe.

Segundo o princípio de as variações sucessivas nem sempre sobrevirem numa idade temporã e serem herdadas num período de vida correspondente, intemporão, podemos ver claramente porque os embriões de mamíferos, aves, répteis e peixes seriam tão intimamente semelhantes e as formas adultas tão diferentes.

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pág. 512 (Capítulo 15)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 512

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491