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Capítulo 3: CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA

Página 64
importantíssimo ponto de diferença entre variedades e espécies; nomeadamente, que a quantidade de diferença entre variedades, quando comparadas entre si ou com a espécie antecessora, é muito menor do que entre espécies do mesmo género. Mas quando chegarmos à discussão do «princípio de divergência de carácter», como lhe chamo, veremos como isto pode ser explicado, e como as diferenças menores entre variedades tenderão a aumentar, convertendo-se nas diferenças maiores entre espécies.

Há outro aspecto que me parece digno de nota. As variedades geralmente têm uma distribuição muito restrita: na verdade, esta afirmação é quase um truísmo, porquanto se se descobrisse que uma variedade é mais amplamente distribuída do que a suposta espécie antecessora, teria de se permutar as suas denominações. Mas há também razões para crer que as espécies que são muito intimamente próximas a outras espécies e nessa medida se assemelham a variedades têm frequentemente uma distribuição muito restrita. Por exemplo, o Sr. H.C. Watson chamou-me a atenção para 63 plantas no minuciosamente investigado Catálogo Londrino de plantas (4.a edição), que são aí classificadas como espécies, mas que ele considera tão intimamente próximas de outras espécies a ponto de terem valor duvidoso: estas 63 espécies putativas distribuem-se em média em 6.9 das províncias nas quais o Sr. Watson dividiu o Reino Unido. Ora, neste mesmo catálogo, estão regista das 53 variedades reconhecidas, e estas distribuem-se em 7.7 províncias; enquanto as espécies a que estas variedades pertencem se distribuem em 14.3 províncias. Pelo que as variedades reconhecidas têm aproximadamente a mesma distribuição média restrita do que as formas muito intimamente próximas, que o Sr. Watson me assinalou como espécies duvidosas, mas que são quase universalmente classificadas pelos botânicos britânicos como espécies genuínas.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 64

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491