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Capítulo 4: CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA

Página 86
Porém, a vantagem das sementes pluma das relaciona-se sem dúvida muito intimamente com o facto de a terra estar já densamente revesti da de outras plantas; pelo que as sementes podem distribuir-se amplamente e cair em terreno inocupado. No escaravelho aquático, a estrutura das suas pernas, tão bem adaptada ao mergulho, permite-lhe competir com outros insectos aquáticos, caçar as suas próprias presas e evitar tornar-se presa de outros animais.

A reserva de nutrientes alojada nas sementes de muitas plantas parece à primeira vista não ter qualquer género de relação com outras plantas. Mas pelo crescimento vigoroso das plantas jovens produzidas a partir de tais sementes (como as ervilhas e os feijões), quando semeadas entre erva comprida, suspeito de que a principal utilidade do nutriente na semente seja favorecer o crescimento da planta jovem, enquanto luta com outras plantas que crescem vigorosamente a toda a volta.

Observe-se uma planta a meio da sua área de distribuição, por que razão não duplica ou quadruplica o seu número? Sabemos que pode perfeitamente suportar um pouco mais de calor ou frio, de humidade ou aridez, pois que alhures se distribui por áreas ligeiramente mais quentes ou mais frias, mais húmidas ou mais secas. Neste caso, podemos ver claramente, imaginando que desejávamos dar à planta o poder de aumentar numericamente, que teríamos de lhe dar alguma vantagem sobre os seus rivais, ou sobre os seus predadores. Nos limites da sua distribuição geográfica, uma mudança de constituição respeitante ao clima seria claramente uma vantagem para a nossa planta; mas temos razão para crer que apenas algumas plantas ou animais atingem uma distribuição tão ampla a ponto de serem destruídos meramente pelo rigor do clima. Só quando atingimos os limites extremos da vida, nas regiões do Árctico ou nas fronteiras de um deserto absoluto, a competição termina.

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pág. 86 (Capítulo 4)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 86

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491